sábado, 5 de fevereiro de 2011

Julgamento de Correia Lima pode durar cerca de 20 horas

O julgamento do ex-coronel José Viriato Correia Lima pode durar 20 horas. Desde 8h desta sexta-feira (4), testemunhas, defesa e acusação são ouvidos no Caso dos Queimados, em que o acusado de comandar o crime organizado no Piauí responde pela morte de Hélio Araújo Silva e Einaldo Liberal Xavier Júnior. Eles foram sequestrados, amarrados e queimados vivos em 1998, na localidade Taboca do Pau Ferrado, zona rural de Teresina.
Promotor João Malato acusou Correia Lima de querer desviar o foco da Justiça

A sessão foi interrompida às 18h40min por cinco minutos, após os promotores de acusação explanarem, e teve apenas outra pausa às 15h para o almoço. A Justiça encomendou lanche para às 19h no Tribunal Popular do Júri, mas não há previsão de que o juiz Antônio Noleto suspenda a sessão novamente. O próprio magistrado se levantou durante o julgamento e caminhou. Os trabalhos podem se prolongar até 4h da madrugada de sábado.


O promotor de acusação João Malato Neto acusou Correia Lima de tentar mudar o foco da Justiça ao alegar estar doente na prisão. Ele mostrou uma certidão de antecedentes com quatro crimes e 30 cartas precatórias contra o acusado, e questionou: "Será que esse é um pai de família injustiçado?". Ele ainda contestou a versão do ex-coronel, que acusa o atual secretário de Segurança de o perseguir. "E ele quer alegar que tudo isso não passa de rixas com Robert Rios. Mas a imprensa divulgou fatos verídicos, divulgou a verdade", acrescentou Malato. 




Correia Lima demonstra abatimento e respira ofegante. Preso na penitenciária mista de Parnaíba, ele já conseguiu o direito de ficar em casa alegando problemas de saúde. 


A acusação sustentou a versão de que houve crueldade no assassinato. Malato defendeu perante o júri que houve homicídio triplamente qualificado, mesmo sem a presença do ex-coronel. Para ele, Correia Lima estar ou não no local do crime é o de menos, pois bastava uma ordem para que a execução ocorresse. A pena prevista é de 12 a 30 anos de prisão, que podem ser somadas para a quantidade de mortos, chegando a 60 anos.
 
 
 
Segundo promotor de acusação Heliardo Cabral, Correia Lima se manteve calmo durante o julgamento, "mas uma calma muito suspeita", e "jogou muita lama" nas autoridades, Ministério Público, imprensa e, em especial, Robert Rios, que era delegado da Polícia Federal na época. 


Ao longo do dia, foram ouvidas três testemunhas de acusação e quatro de defesa. A noite começou com o pronuciamento do defensor público Ulisses Brasil, com uma hora e meia para falar. As partes poderão pedir réplica e tréplica de uma hora cada. Em seguida, o conselho se reúne, e a sentença será anunciada. Independente do resultado, Heliardo Cabral já avisou que solicitará prisão preventiva do acusado. 

FONTE:cidadeverde.com

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